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Tô toda boba, metida mesmo...afinal, não é todo dia que a gente está com um reizinho (Rainha!! Rainha!!) crescendo na barriga da gente!!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

POSTAGEM COLETIVA - CRIAÇÃO COM APEGO
Hoje Isabel chorou para ficar na creche. Muitas mães tentariam deixar a criança o mais rápido possível com as cuidadoras, para "diminuir o sofrimento". Eu fiz o oposto: entrei, fui até o parquinho, brinquei com ela o quanto pude. Ouvi o choro, fiquei triste também. Abracei. Expliquei que a mamãe também não gosta de se separar, mas precisa trabalhar. Mais tarde eu volto. Depois de uns bons 40 minutos, ela finalmente concordou, saiu do meu colo e foi brincar com as outras crianças. Só então eu fui embora.

Dentre outros motivos, mudei de creche para ter o direito a essa despedida prolongada; a circular com ela pelo espaço onde ela passará grande parte do seu dia. Não tem problema ela chorar: o choro é a expressão do desagrado, e ela tem todo o direito de reclamar porque a mãe dela vai se afastar. Eu entendo e respeito esse sofrimento. Ela é pequena, mas é tão pessoa como eu ou você. E ninguém discute o meu, ou o seu direito a se sentir mal quando uma situação desconfortável se aproxima.

Quando Isabel era apenas um bebê, eu tentei seguir as orientações de deixar no berço chorando, não pegar muito no colo "para não acostumar". Minha mãe sempre me alertava dos terríveis riscos de se dormir com o bebê na cama, eu poderia derrubá-la ou esmagá-la durante o sono. Juro que tentei. Mas isso era agressivo demais para mim. Como simplesmente ignorar o sofrimento do meu bebê tão amado? Não consegui. Levei Isabel pra nossa cama, e é lá que ela dorme até hoje grande parte da noite. Por favor, não contem isso para a minha mãe!!

Isabel tem um ano e 8 meses, e até hoje ou é carregada no colo/sling ou vai andando com a gente. Carrinho não faz parte da nossa realidade. Isabel também mama sempre que me pede, te colo sempre que me pede, tem atenção sempre que me pede.

Mimada? Não acho. Ao contrário, ela é uma menina bastante independente, que passa bons momentos brincando sozinha no quarto dela, ou com outras crianças na pracinha. Mas ela sabe que, sempre que precisar ou quiser, eu estarei disponível. Mal alimentada? Também não. Isabel come de tudo, é muito gulosinha e apenas raramente (normalmente quando está doentinha) troca uma refeição pelo peito. Mas ela sabe que, sempre que quiser ou precisar, meus peitos estarão às ordens.

Quanto ao sono, é cada vez mais tarde o horário em que ela pede para ir para a nossa cama.

Acredito que, no momento oportuno, quando ela se sentir pronta para isso, ela vai querer andar com os próprios pés, dormir no próprio quarto a noite toda e vai perceber que já não precisa mamar para se sentir segura. No tempo dela; quando ela estiver pronta.

Críticos há muitos: não falta quem diga que "ela não precisa mais mamar", que "ela vai ficar mimada", que "eu estou perdendo a minha liberdade". Mas gente, quando optei por ser mãe, eu não estava justamente optando por fazer  melhor pelos meus filhos? E o melhor não é dar amor? Amor, por acaso é algo que, em doses maiores, causa algum mal a quem o recebe?

Não acredito que seja. Assim como não acredito que dar o que a criança precisa seja mimar.

Ah, tem a tal da questão dos limites. Mas acho que quando ela abre mão da companhia da mãe (mesmo depois de 40 minutos de choro) para que eu vá trabalhar, ela está aprendendo que não pode ter tudo. Acho que quando ela divide meus carinhos com o pai (nossa tecnica para lidar com o ciúme dela é incluí-la no carinho), está aprendendo a dividir. Por que o limite tem que ser negar, pura e simplesmente, aquilo que a criança pede? Isso, para mim, é tortura e autoritarismo.


Descobri apenas essa semana que essa minha maneira "diferente" de ser mãe tinha nome e tantas adeptas. Que bom! Tomara que mais gente perceba que criar filhos é muito simples, é instintivo. E se o meu, o seu intinto é dar muito colo, dormir agarradinho e amamentar por horas, para quê negar? Para quê regular? Simbora ser feliz?

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