A CABEÇA QUE EU TENHO HOJE
Se eu tivesse a cabeça que eu tenho hoje, não teria comprado carrinho para a minha filha. Não somente por achar mais prático o sling, como por entender que criança precisa mesmo é ficar no colo da mãe, e não lá longe no carrinho. Sim. Para um bebê, a distância que ele fica da mãe que o empurra é enorme.
Se eu tivesse a cabeça que eu tenho hoje, não teria comprado aquela cadeira de alimentação master plus turbinada. Não somente por achar que ela hoje é um trambolho que ocupa muito espaço e é muito difícil de limpar, como por entender que criança precisa mesmo é de um lugar tranquilo onde ela possa aprender a comer, se sujar sem traumas. Um canto do chão forrado com plástico já basta.
Se eu tivesse a cabeça que eu tenho hoje, não teria comprado berço para ela. Não somente por achar antiprático levantar à noite para ir até o berço amamentar, como por entender que criança precisa muito do calor da mãe durante a noite. E mais tarde, precisa dormir num local que lhe permita autonomia para entrar e sair. Além de as grades do berço me darem, hoje, certa aflição semelhante à que me bate quando vejo pássaros em gaiolas.
Se eu tivesse a cabeça que eu tenho hoje, não teria colocado tapete no quartinho da miúda. Não somente porque é um saco limpar aquilo, como por entender que quarto de criança precisa mesmo é ter espaço para a criança brincar.
Se eu tivesse a cabeça que eu tenho hoje, não teria colocado mamadeiras, chuquinhas e afins na lista do chá de bebê. Tá tudo lá, embalado e sem uso, juntando poeira.
Mas mesmo que eu pudesse voltar no tempo, e me dissesse essas coisas todas, eu não acreditaria. A Mari grávida queria que a filha tivesse quarto de princesa, a cadeira mais cara e o carrinho mais cheio de opções. A Mari mãe descobriu que criança precisa mesmo é das coisas simples: do colo da mãe, de um pedaço de pano, correr descalça pela grama e mamar no peito.
Se eu tivesse a cabeça que eu tenho hoje, teria economizado bons tostões, e simplificado muito a vida minha e dela.
Ah, se eu tivesse a cabeça que eu tenho hoje...
2 comentários:
Quando eu estava grávida ficava me sentindo estranha por estar montando um super quarto com um super enxoval pro meu bebê enquanto outras crianças tinha enxoval de segunda mão e não tinham um quarto personalizado pra elas. Hoje vejo que tudo isto é pra gente, pois os bebês precisam de muito pouco pra serem felizes.
Pois é!! Eles só precisam do nosso amor, né Gláucia? :)
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